Opiniões sobre a carta para o padre Arthur

Lista de Discussão Mãe de Deficiente
07/12/2004

Usuários comentam a iniciativa de Rosângela Gera ao mostrar sua inquietação a um padre que relacionou a deficiência com sofrimento em missa

 
Jucimeire Oliveira
Também sou mãe de uma menininha de 03 anos, muito inteligente e esperta e que é deficiente visual. A Sra. Rosângela descreveu muitíssimo bem o "ser deficiente". Não vejo em minha filha nenhum traço de infelicidade ou sofrimento. Eu a educo para ser feliz! Ninguém em minha família ou ao meu redor a vê da forma que descreveu o padre. Temos que lutar, e muito, contra o preconceito, e esse é minha grande aflição. Até então tenho conseguido manter minha filha longe do preconceito e de curiosos, porém, ela está crescendo e no ano que vem estará indo para a escola, tenho receio de que ela vá ser alvo de algum tipo de discriminação ou segregação. Mas isso também será um aprendizado!
 
Li recentemente uma reportagem sobre uma assessora do atual presidente americano, ela é mulher e negra, e algo que ela diz me impressionou e percebi que é justamente o que eu buscava fazer por minha filha. Ela disse que, antes de ir para a faculdade, tinha feito balé, etiqueta e francês. Todas as coisas que a sociedade branca acha que é importante, assim ela teria uma armadura contra o preconceito. E penso que funcionou, já que hoje ela é a pessoa com o cargo mais importante dentro do poder executivo dos Estados Unidos, fora o presidente.
 
É isso que busco para minha filha, prepará-la de tal forma que será respeitada por suas qualidades e qualificações, deixando de ser vista como uma "coitadinha".
 
Rosângela Barqueiro
Parabéns por mais esta iniciativa.
Sua participação na missa e junto ao padre é fundamental para uma igreja mais próxima, atualizada, realista e verdeiramente solidária e responsável.
As lideranças religiosas (qualquer que seja a igreja) necessitam desta colaboração! Um dia, talvez, após a homilia, haverá uma interação com os fiéis, onde ambos se prepararão para celebrarem juntos e assim teremos uma sociedade melhor informada, com melhores condições de reflexões e certamente mais forte para poder enfrentar os sofrimentos inevitáveis (discursos políticos, religiosos, técnicos/acadêmicos).
Que bom poder contar com ações simples, espontâneas , verdadeiras e honestas.
 
Luiz Alberto Carvalho
Há muito que não leio nada tão cheio da mais pura lógica, ao mesmo tempo,
da mais profunda sensibilidade humana. Esta carta precisa ser publicada, seja pela Rede SACI, seja pela revista sentidos, seja por cada um dos participantes deste grupo. Assim, partindo do princípio de que, se você não a quisesse divulgar, não a teria remetido a nós, tomo a liberdade de a encaminhar para todos os grupos de que faço parte.
Quisera que todas aa crianças que têm uma deficiência perceptível tivessem pais que as encarassem da mesma forma. Há de chegar o dia em que a Laurinha vai fazer muita bagunça e ter aquecido o órgão de que Deus nos municiou a todos para que aprendêssemos algumas lições de forma um tanto mais contundente.
Há de chegar o dia em que, pelo contrario, ela vai encher você e o Marcos de muito orgulho, talvez por ter-se formado, quem sabe por ter-se destacado nos esportes, ou mesmo pelo dom da música.
O motivo não importa, o que importa mesmo é que cega ou não, ela será para vocês uma filha que lhes encherá a vida em todos os sentidos. então, as palavras do padre. Artur ficarão ainda mais vazias de sentido, se é que, por um instante sequer, tenham tido algum.
 
Fonte: Rede Saci clique aqui

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